Semana passada participei do evento #vempraminas, promovido pelo INDI, indicado pelos meus amigos Benício Rocha e Lucas Rocha, por conta do nosso significativo envolvimento com o setor de Medicamentos, mais precisamente, com a logística de medicamentos, através das plataformas do #AZAPFY. Uma Startup que está revolucionando a forma de controlar as informações de últimas milhas no Brasil.
Estou muito acostumado a participar de eventos em geral e me sinto muito à vontade em me apresentar e conhecer novas pessoas, empresas e negócios, mas tenho uma dificuldade particular de fazer isso quando envolve o governo. Me relacionar e confiar nessa turma ainda me dá um frio na barriga. Mas uma coisa me chamou a atenção: porque empresas e governo estavam dentro do mesmo evento? Para o senso comum, estes dois agentes, no mesmo evento soa estranho, beirando o suspeito, não acha?
Não é de se estranhar. De um lado o Governo e sua preocupação em cobrar mais e mais impostos das empresas e dar um “Jeitinho” de ajudar um ou outro negócio com objetivos obscuros, de outro lado as empresas querendo se fortalecer e crescer, enxergando no Governo um sócio sanguessuga.
Contudo, logo na abertura do evento #vempraminas a declaração do Tiago Toscana, Presidente do INDI, começou a quebrar minhas resistências. Alí estava o Governo de Minas, apresentando uma visão diferenciada da nova relação governo-empresa. Explicando de forma aberta e transparente o interesse da Gestão pública em apoiar a instalação de indústrias de medicamentos no território mineiro, assim como de fortalecer aquelas que já atuam por aqui, com programas pontuais, abertura de negociações inteligentes e bem interessantes para empresas que possuem projetos estruturados para crescer em Minas.
Na sequência foi aberto um painel com as empresas: Cimed, Eurofarma, ACG, Biolab e Myralis, representadas pelos seus diretores, Carlos Eduardo Fracolla, Walker Lahmann, Fernando Teixeira, Alexandre Iglesias dos Anjos e Olinto Mascarenhas Marques, respectivamente, demonstrando através de depoimentos que Minas Gerais é hoje o melhor estado do Brasil para se investir em fármacos e medicamentos. Essas empresas relataram suas experiências na abertura de suas indústrias aqui em Minas e o apoio que tiveram dos setores do governo. E algo importante de ser dito: algumas delas declararam que há 20 anos se relacionam com os mesmos agentes da base do governo, ou seja, muda o governador, mas continuam as peças chave para a perpetuação dos apoios na secretaria da fazenda e correlatos.
Outro exemplo interessante foi quando um dos Diretores das empresas deu um exemplo de parceria com o Governo que é bom para todo mundo, ele disse mais ou menos isso: “se eu Pago R$1.000,00 reais de impostos, consigo um acordo para pagar R$400,00 por um período, e apresento um plano sólido de crescimento, onde posso, depois de um determinado tempo, pagar R$2.000,00 e ainda gerar vários empregos, isso indiscutivelmente pode ser bom para todos.”
Um ponto interessante do evento foi quando o Ceo da BH airport, Marcos Brandão, apresentou o acordo firmado entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Governo de Minas Gerais (SEDE) e a BH Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, assinado em 29 de março de 2019. O Protocolo de Intenções para a exploração do Aeroporto industrial, pela concessionária, permitirá à BH Airport definir o melhor modelo de exploração além de atrair investimentos para o empreendimento, em parceria com a SEDE.
Dentro do tema Aeroporto indústria, ele apresentou inúmeras possibilidades de crescimento e expansão para as empresas, são mais de 700.000 metros quadrados disponíveis para essa expansão no entorno do aeroporto. Eles desejam atrair indústrias de alta tecnologia, principalmente dos setores de eletrônicos e de Ciências da Vida (biotecnologia, farmacêuticos e equipamentos médicos), que terão grande facilidade de utilizar o modal aéreo e, assim, garantir um aumento de competitividade das empresas que aproveitarem essas oportunidades, ou seja, se você faz parte de algum destes nichos, procurá-los pode ser o início de uma grande transformação em seu negócio, independentemente do tamanho que se encontra.
Em resumo: Na minha opinião, foi muito produtivo o evento e demonstrou algo muito atípico e inesperado por sépticos do governo, como eu: a relação entre empresas e um governo sério, pode ser honesta, transparente e produtiva para todos, trazendo benefícios gigantescos para empresas e para a sociedade.
E você, acredita que essa relação pode ser positiva, se expandida também para várias camadas empresariais? O que achou da iniciativa do governo? Foi ao #vempraminas? Deixe seu comentário.